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Radiooooo: viagem pelo tempo e espaço sem algoritmos

Rodrigo Lariú 21 jan 2017 Internet Comentários desativados em Radiooooo: viagem pelo tempo e espaço sem algoritmos 1777 Visualizações

Mesmo com os arquivos livres rodando pela internet, não é de hoje que tenho a sensação de que existe muita música desconhecida espalhada pelo Mundo, continentes inteiros que não chegam aos nossos ouvidos. O que pensar então do passado, das músicas espalhadas pelo tempo?

Em 2012, o DJ e artista francês Benjamin Moreau (de chapéu na foto acima) dirigia um carro antigo pela Riviera com amigos quando ligaram o rádio do possante e só conseguiram ouvir “um techno horrível“, nas palavras de Benjamin. A ideia de viajar ouvindo música antiga voltou para casa com ele e os amigos.

O produtor musical e amigo Raphael Hamburger ajudou a por em prática uma ideia: que tal se, em vez de organizar a música por gêneros e algoritmos complexos, fosse possível ouvir música dividida simplesmente por países e décadas? Benjamin e sua esposa, a ilustradora  Noemi Ferst (de vestido azul na foto, atual diretora artística do site) desenharam uma versão belíssima do mapa-múndi, a mesma que ilustra o site atualmente, e a ideia começou a ser colocada em prática.

No ano seguinte, em 2013, surgiu o site http://radiooooo.com, fundado por Ben, Raphael e ajuda financeira e jurídica de Anne Claire Troubat (vestido verde na foto acima). As cinco letras “o” significam os 5 continentes, mas você pode usar desde radiooo (com 3 “o”) até radiooooooooooo com vinte letras “o” que todos domínios estão registrados.

O site apresenta um mapa do mundo e botões inferiores com as décadas de 1900 até a atual. Você seleciona uma década e começa a viagem clicando nos países. Você também pode escolher qual seu mood usando os botões de fast, slow e weird para música rápida, lenta ou esquisita. Ao clicar sobre o táxi, você seleciona várias décadas e países ao mesmo tempo e o site vai te levando.

Enquanto escrevo esse texto, estou no Sudão dos anos 80, escutando Abdel Aziz El Mubarak com a música “Ah’Laa Jarah”. Depois, um pulinho no Vietnam dos anos 1960 e descubro uma das minhas faixas favoritas: “Mot Tram Phan Tram” de Hung Cuong.

De onde vem todas estas músicas? Benjamin explica que no começo contava com a ajuda de amigos, a maioria deles DJs, para alimentar o site. Mas que hoje boa parte das músicas vem dos colaboradores espalhados por todo mundo. Qualquer pessoa pode se cadastrar e submeter músicas – ao lado das músicas sempre aparece o nome de quem compartilhou o “tesouro”.

“Temos mais de 130.000 assinantes hoje, aproximadamente 250.000 sessões (pessoas ouvindo) todo mês e nossa coleção cresce diariamente, hoje temos aproximadamente 20.000 músicas“

Depois de entender o funcionamento, é inevitável partir para algumas experiências malucas, como por exemplo, viajar pela música sueca, que na década de 1910 é uma valsa em 78 RPM de Ernst Rolf, e se transforma no pop doce do familiar Cardigans na década de 1990. Dai você começa a perceber que existe uma seleção musical no site. “Hoje em dia nós recebemos aproximadamente 300 músicas por dia de todos os cantos do Mundo. Ouvimos todas e aceitamos menos de 10% delas, queremos manter apenas os tesouros musicais“, explica Ben.

Mas então o Radiooooo tem uma curadoria? A intenção não é apenas acumular músicas, como se fosse uma biblioteca? “Quando você percebe que existe um filtro humano para as músicas, isso nos diferencia dos outros sites musicais”, admite Ben, “sem algoritmos, e isso significa subjetividade e problemas! Nós entendemos como pode ser frustrante ter a música que você tão amistosamente nos enviou negada, e nós realmente nos desculpamos por isso. Mas ao mesmo tempo, imagine o prazer de ter a música aceita?”

Radiooooo possui um time pequeno que recebe e checa as informações enviadas pelas pessoas, e depois aprova ou não as músicas. Mesmo lidando com músicas obscuras, Benjamin garante consegue checar nomes e títulos de quase tudo que recebe.

Ainda sobre que tipo de música é aceito, Ben explica que ao passear pelo site você acaba entendendo a direção do que eles consideram tesouros musicais. “Normalmente aceitamos músicas que imediatamente nos tocam, que nos arrepiam. Muitas vezes as músicas nos fazem rir, ou tem uma produção bela e surpreendente, ou simplesmente ficam na sua cabeça por dias“. E complementa: “Para ser honesto, é mais fácil aceitarmos músicas anteriores aos anos 80 porque você encontrará menos sucessos comerciais. Depois dos anos 80, nós achamos que a produção musical ficou muito orientada pelo rádio e pelo sucesso, e por isso nós não gostamos muito. Mas isso não é uma regra…”

Funcionando como uma estação de rádio, o site tem alguns detalhes interessantes: não existe um botão para “pular” a música. Se você não gostou do que está ouvindo em Madagascar dos anos 60, você precisa mudar de país ou de década. Às vezes você vai perceber que não existem músicas catalogadas em determinado país em algumas décadas.

“A década com mais músicas são os anos 70. E com menos, claro, são os anos 1900. Estados Unidos e França são os países com mais músicas no nosso banco de dados e ao mesmo tempo é muito difícil conseguir qualquer coisa do Afeganistão, não sei porquê“.

Além disso, o mapa-múndi traz algumas ilhas fictícias como Discovery Island, Guilty Pleasure, Neverland, Le Club, entre outras. Estas ilhas, que não existem geograficamente, são uma maneira do Radiooooo brincar com temas. Algumas delas aparecem e desaparecem sem muita explicação. Se você aumenta o zoom no mapa, outras ilhas aparecem. “Você conseguiu achar a Fornication Island?“, me perguntou Ben. Eu ainda não achei, se vocês acharem, me avisem.

na foto, acima à esquerda, Viktor Kisswel (diretor musical para África e Leste Europeu), de chapéu, Benjamin Moreau, ao lado, Karl Planck (diretor musical). No meio, à esquerda, Anne Claire Troubat, ao lado Noemi Ferst (diretora artística) e embaixo, Alexandre Grynszpan

Movidos pelos amor à música, eles tiveram que encarar desde o começo as questões legais de direitos autorais, que Ben confessa ser um grande problema para a continuidade do Radioooo: “Fechamos acordos com várias associações de direitos autorais, principalmente nos EUA, França e Inglaterra (SACEM, SCPP, SCPF, etc). E mesmo assim temos que pagar um valor muito alto de direitos autorais todo ano. Não sei se vamos conseguir manter o site gratuito por muito tempo, ou até se conseguiremos mantê-lo com o que temos que pagar. Estamos pensando em começar um crowdfunding este mês,” revela Ben.

Esperamos que o Radiooooo encontre saída para os problemas financeiros porque é uma excelente ideia que aplica ferramentas para ouvir música sem deixar o lado humano, quente e orgânico de fora. Quem já se viu diante de uma enorme interrogação na hora de tentar ouvir música de outros países, de outras épocas pois não sabia por onde começar, o Radiooooo é o ponto de partida perfeito. Eu já descobri que o Sudeste Asiático dos anos 60 tem uma produção musical incrível.

Já conhecia o Radiooooo? Não? Então o que você achou desta descoberta? Já conhecia o Radiooooo? Não? Então o que você achou desta descoberta?
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Rodrigo Lariú
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Autores

Autor: Rodrigo Lariú
começou a fazer o midsummer madness em 1989, deu um tempo e voltou a fanzinar. Adora documentários, história, aviação comercial antiga, trabalha em televisão e em produtoras, vascaíno praticante.
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Criado no inverno carioca de 1989, o fanzine midsummer madness teve 9 ou 10 edições impressas. Em 1994 se transmutou na gravadora independente de mesmo nome - saiba mais em mmrecords.com.br Atualmente é tudo isso e um pouco mais, com a ajuda de amigos.
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