Tenho que admitir: eu não sei escrever críticas. Faço de tudo pro texto ficar interessante mas não consigo. Acho que minhas resenhas estragam os filmes e discos. Esse 3º álbum da Cherry Glazer por exemplo, eu já escutei umas 30 vezes desde seu lançamento em abril. Primeiro porque é muito bom. Segundo porquê estou tentando terminar a resenha.
Pra piorar, eu não entendo nada da parte técnica, como um músico entenderia, e por isso minhas descrições se resumem a adjetivos estranhos. Desisto! Vou listar um monte de razões para escutar “Apocalipstick” e você tira suas conclusões. Para facilitar sua vida, o disco é altamente recomendado se você gosta da parte roqueira da Cat Power e da PJ Harvey; de tudo que as Breeders, Belly e a Juliana Hatfield fizeram e ainda do que o Alvvays, Fear of Men e Honeybloood andam produzindo.
A música que me pegou foi justamente a abertura, “Told You I´d Be With the Guys”, uma mistura de Throwing Muses e Sleater Kinney.
Depois, os outros 35 minutos trazem lembranças de Hole, Breeders e Le Tigre.”Trash people” tem uma letra que pode desagradar: “we wear our underpants 3 days in a row / my room smells like the ashtray“. Ou não. Mas o detalhe mais bacana vem da recente mudança na formação, com a entrada de novos baterista, baixista e tecladista, que enfiaram sintetizadores anos 80 misturados a guitarras distorcidas.
“Moon Dust” tem uma cozinha que, com muita imaginação, pode te fazer lembrar de “Walk Away” do Sisters of Mercy mas as semelhanças acabam logo que Clementine Creevy (foto lá em cima) começa a cantar. “Humble Pro” é onde o disco chega mais perto de Courtney Love pra depois desacelerar total com a fofa “Nuclear Bomb”.
Outros destaques vão para “Lucid Dreams” que tem um solo de guitarra à la Pixies no final; a pesadinha que não agride “Sip O´Poison” e “Nurse Ratched” que, já ao final do disco, deixa a impressão de que o Cherry Glazer conseguiu uma assinatura sonora. E fecha com chave de ouro na instrume(n)tal que dá nome ao disco.
Tá bem cotado para um dos melhores de 2017. Ufa! Consegui.
Primeiro álbum pela gravadora Secretly Canadian do trio de Los Angeles liderado pela loira e (ex)modelo Clementine Creevy. Prato cheio para fãs de guitarras e vocais de menina.