Eu queria muito terminar a minha lista de Melhores de 2024 mas já passou o carnaval e eu ainda não consegui ouvir tudo. Então, pra adiantar 2025, vou tentar voltar ao esquema de ir publicando aos poucos, igual fazia em 2017 e 2018 (é só você buscar por “Indieca” aqui no blog ou no nosso Spotify).
Separei 13 lançamentos entre álbuns, EPs e singles que eu acho que merecem a sua audição.
bdrmm – Microtonic (Rock Action)
terceiro álbum de estúdio dos ingleses de Kingston Upon Hull, o segundo pelo selo Rock Action, do Mogwai. Mais eletrônico que os anteriores, Microtonic tem uma mistura que eu acho perfeita de shoegaze, pós-punk deprê 80s e muitas texturas e percussões eletrônicas. Uma das melhores músicas que escutei ultimamente é Snares.
Midding – Nowhere Near Today (Tough Love)
quinteto de Cardiff que antes se chamava Clwb Fuzz, lançou no começo de Fevereiro de 2025 seu EP de estreia. “Clem’s Crime” e “Synth Love” lembram Jesus & Mary Chain da fase Automatic; com estilhaços de Yo La Tengo da época Painful, Spiritualized e tudo mais que remeta a releitura 80/90s da Wall of Sound.
Andy Bell – pinball wanderer (Sonic Cathedral)
terceiro (ou o sétimo) álbum de estúdio do guitarrista do Ride (ou baixista do Oasis). Com apenas 8 músicas, este álbum ganha pela simplicidade; em momentos lembra Stone Roses, outros Spiritualized ou a fase mais recente do Ride.
Miki Berenyi Trio – Big I Am (Bella Union)
outra efeméride dos anos 90, a ex-vocalista do Lush, Miki Berenyi, resolveu assumir seu trio com Kevin McKillop (ex-Moose) no baixo e Oliver Cherer na guitarra. Os primeiros singles pela gravadora do ex-Cocteau Twins Simon Raymonde são promissores apesar de não serem fantásticos (Piroshka feelings?) Pela voz da Miki e as texturas de guitarra, vale a audição.
Swervedriver – The World’s Fair EP (Outter Battery)
depois de uma leva de relançamentos remasterizados, estas quatro músicas novas do quarteto original trazem a assinatura da banda, principalmente na voz de Adam Franklin. É tipo Swervedriver, precisa de mais?
CTurtle – 2001 (Blitzcat Records)
uma das descobertas mais excitantes de 2024, este quarteto londrino lançou Expensive Thrills, seu 1º álbum ano passado. Absolutamente lo-fi mas cheios de energia, trouxe boas lembranças de Pavement da época Slanted, e, obviamente, The Fall. Shake it Down é o hit do álbum enquanto 2001, 0 novo single, segue na ascendente.
Limiñanas – Faded (Because Music)
favoritos da casa já há um tempo (olha essa entrevista com eles), a dupla francesa Limiñanas lançou novo álbum cheio de participações especiais como Bobby Gillespie (Primal Scream) e Jon Spencer (Blues Explosion). Mas a música que eu mais gostei é a instrumental Spirale.
M(h)aol – DM:AM (Merge Records)
single que precede o 2º álbum Something Soft do agora trio traz uma sonoridade que lembra o pós-punk 80s de Slits, Raincoats, a urgência do Sonic Youth pré Goo e as dissonâncias de coisas recentes como Wet Leg e Dry Cleaning.
Pale Lights – Pale Lights (Jigsaw Records)
esse aqui mal saiu e já figura como um dos candidatos a melhor disco do ano. Pale Lights é a banda do ex-Comet Gain Phil Sutton com ex e atuais integrantes de bandas como Cristal Stilts, Lloyd Cole & the Commotions, Bluebells e Cinema Red & Blue. Sem contar que foi lançado pela lendária Jigsaw Records. Este disco é para quem morre de saudades do Lloyd Cole do começo, ou de Go-Betweens, ou até, vá lá, de um Belle & Sebastian.
Club 8 – Working on the Next Life (Club 8)
a dupla sueca está lançado singles mensais desde 2024, e são músicas lindas, uma atrás da outra. A de março tem um quê de Sade, Radio Dept., e Beach House, fácil de ouvir.
Chapterhouse – Imaginary Covers (Cherry Red)
a banda lançou uma caixa chamada Chronology com 80 músicas, entre remixes, remasterizações, lados B, faixas bônus e algumas covers. Entre raridades incríveis como a versão para Losing Touch With My Mind (Spacemen 3) aparecem também uma versão para The Byrds (It Won’t Be Wrong) e a versão para Lady Godiva’s Operation do Velvet Underground que a gente conhece do famoso tributo Heaven and Hell.
Glixen – Quiet Pleasures (Glixen)
depois de treinar meu algoritmo direitinho ele me trouxe esse quarteto de jovens de Phoenix. As fotos são super produzidas, feitas para as redes sociais e sem os tradicionais tons de vermelho, roxo esfumaçado de sempre. Mas o EP é shoegaze true, purinho mesmo. Lendo sobre a banda, fiquei confuso com as aspirações de abrir shows de System of a Down, Deftones e Smashing Pumpkins. Há definitivamente uma conta que não fecha ai. Mas no final das contas eles vão mesmo é abrir a turnê do DIIV.
The Raveonettes – Blackest (Beat Dies)
se preparando para seu 11º álbum da carreira, a dupla dinamarquesa lançou estes dias o 1º single cheio do que eles fazem melhor: barulho, guitarras distorcidas, percussão eletrônica e um clima Cramps.