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Você está em: Home»Cinema & TV»Is Punk Dead? Três documentários sobre o movimento

Is Punk Dead? Três documentários sobre o movimento

Rodrigo Lariú 12 ago 2022 Cinema & TV 1 comentário 4234 Visualizações

Recentemente assisti quase que na mesma semana documentários sobre o Punk na Inglaterra. O mais famoso deles, “Pistol” (2022) dirigido por Danny Boyle, é uma série da FX (disponível na Hulu e Disney+) baseada em fatos reais mas com uma dose de dramatização. Os outros são filmes-documentários, ambos na Netflix: “Basically, Johnny Moped” (2013) e “Punk in London” (1977).

O mais inusitado é “Basically, Johnny Moped” que conta a história de um sujeito chamado Paul Halford, a.k.a. Johnny Moped. Ele começou uma banda com amigos de escola em Croydon, subúrbio de Londres, em 1974 e, em 1977 sua incompetência o colocou no meio da cena punk. Eu nunca tinha ouvido falar do Johnny Moped mas a banda foi apadrinhada por Captain Sensible (The Damned) e chegou a testar Chrissie Hynde (Pretenders) duas vezes como potencial integrante e nas duas oportunidades, a rejeitou.

 

Já “Punk in London” é o mais realista porque foi produzido no ano em que o Punk estava estourando na Inglaterra. Traz entrevistas com The Jam, Stranglers, Chelsea, X-Ray Spex, The Lurkers, The Adverts, Subway Sect e The Clash. O documentário foi produzido por uma pequena equipe alemã que resolveu ir para capital inglesa no meio do furacão. Seu maior trunfo é passar o clima real do movimento, mostrando trechos de shows e ensaios crus, sem qualquer tratamento ou produção cinematográfica. O melhor exemplo disso é a entrevista de Arturo Bassick (The Lurkers) sentado no sofá da sala de sua casa, ao lado dos pais, que estão assistindo ao Top Of The Pops enquanto o Boomtown Rats se apresenta. Bassick aproveita para chamá-los de vendidos enquanto o pai diz que aprova a banda do filho, num momento “Punk família”.

 

A família Bassick apoia o movimento Punk!

 

“Pistol” é o primo rico destes três, uma superprodução com 6 episódios que foi ao ar nos EUA e Europa em Maio de 2022. A série é baseada no livro “Lonely Boy – Tales From a Sex Pistol“, autobiografia do guitarrista Steve Jones, e conta com detalhes o processo de formação da banda, desde os primórdios, ainda sem Johnny Rotten, até o fim, com a morte de Sid Vicious e as filmagens de “The Great Rock’n’Roll Swindle”.

Um parênteses à la José Wilker: eu tenho problemas com a direção clipada de Danny Boyle, não apenas nesta série mas em qualquer filme que ele tenha feito. Acho que ele exagera na sujeira proposital, nos ângulos estranhos. Pra mim, Boyle é um punk de boutique. Fecha parênteses; gosto pessoal à parte, a série revela detalhes das relações entre os personagens que eu não fazia ideia. Não li o livro nem pesquisei muito para checar a veracidade, ou pelo menos a verdade segundo Jones, mas eu não sabia por exemplo que Chrissie Hynde (Pretenders) tinha tido um papel tão importante na cena punk inglesa. E que aparentemente queria ter feito parte dos Sex Pistols porque ficou chateada de ter sido preterida por Sid Vicious quando Glen Matlock foi expulso da banda.

Chrissie Hynde antes de virar uma Pretender.

Uma coisa que permeia dois destes três filmes é justamente a presença da norte-americana Hynde antes de formar o Pretenders. Fiquei surpreso de saber que ela foi rejeitada por quase todo Mundo: Sex Pistols, The Clash e até Johnny Moped, (duas vezes!). Se for verdade, uma das negativas que mais me doeram foi a de Mick Jones, do Clash. “Pistol” dá a entender que ele disse a Hynde que a banda dele era uma coisa para meninos. O comentário de Hynde para Steve teria sido algo como: “Se existe uma coisa que sobra no Punk é sexismo“.

Sex Pistols como eles eram…

A série de Boyle parece recriar muito do que realmente aconteceu. Malcolm Mclaren, Vivienne Westwood, a “Mulher Gato”, Siouxsie, o show na prisão de Chelmsford, os xingamentos no programa de TV de Bill Grundy, Nancy Spungen, Julien Temple, Richard Branson (Virgin Records) estão retratados em “Pistol”. Tanto que Jonh Lydon processou os produtores da série (e perdeu). Assistir a “Pistol” ajudou a contextualizar um monte de coisas que eu sabia meio de “folclore” e atualiza outras que eu não fazia ideia.

… e como eles ficaram na série de Danny Boyle

Por exemplo, eu não sabia o quanto os Stranglers rivalizavam com Sex Pistols e The Clash. No documentário de 1977, o Stranglers aparece dando um “passa-fora” na equipe, dizendo que não quer aparecer num documentário alemão, usando argumentos pra lá de duvidosos: “eu desconfio dos motivos de Alemães“, diz um dos integrantes que eu não consegui identificar já que o documentário não credita os entrevistados. No mesmo documentário, numa entrevista num táxi, outro integrante do Stranglers faz um longo monólogo defendendo que o Punk tinha se vendido mas atenção: ainda era 1977!

Coincidência ou não, na mesma semana esbarrei com trechos de um show que o Stranglers produziu em 1978 no Battersea Park em Londres. Um destes trechos é da música “Nice’n’Sleazy” do disco “Black & White” com várias strippers no palco, todas ficando totalmente nuas. O blog oficial da banda traz um relato sobre este show onde o baixista Jean-Jacques Burnel, escreve: “No que diz respeito às strippers, fomos acusados no ano anterior de misóginos e chauvinistas. Houve tentativas da imprensa e dos Pistols e Clash (…) para nos denegrir. A minha namorada na época, Tracey, dividiu um apartamento com Lynn (..) Lynn era uma stripper profissional e ganhava a vida fazendo strip-tease nos pubs. Lynn propôs inicialmente se despir num show em Brighton. Ela nos conhecia e achava escandaloso que fossemos acusados de sexismo. Quando (o show em) Battersea Park surgiu, ela disse que conseguiria algumas colegas de trabalho para também se despirem“. E continua: “Elas estavam basicamente dizendo que tinham poder e que podiam fazer o que quisessem com os seus corpos. Não foram os Stranglers a explorá-las pois não foi ideia nossa em primeiro lugar. No entanto, a imprensa colocou manchetes como ‘Stranglers in nude woman horror shock’“.

Strippers no palco dos Stranglers: sexismo ou empoderamento?

O que acho mais interessante nestes filmes é rever certas atitudes e entender melhor o que tinha de bom e de ruim no Punk inglês. A música com certeza é o principal ponto positivo mas a imagem de algumas bandas fica arranhada em algumas situações. O sexismo e o machismo nas negativas a Chrissie Hynde, a superficialidade dos ideais de alguns envolvidos e até a bagagem musical das bandas. No documentário de 1977, um roadie do The Clash, mais uma vez não-creditado, conta que a maioria das bandas punks não se interessavam genuinamente por Reggae e não conseguiam fazer a ponte óbvia entre os ideais similares. Talvez apenas o The Clash tenha feito.

Alguns depoimentos em “Punk in London” e “Basically, Johnny Moped” são tão rasos que a impressão que fica é de que os músicos estavam apenas repetindo o establishment, se exibindo a procura de um momento de estrelato. Assinar contrato com uma gravadora e ter groupies eram os objetivos da maioria. Imaginar que o The Clash tenha sido machista, ver os Stranglers dando depoimentos xenófobos e explorando mulheres nuas no palco me deixaram com a pulga atrás da orelha.

Posso estar exagerando mas acho difícil de acreditar que uma banda que chegou ao sucesso com “Peaches”, que escreveu “Sometimes” e “London Ladies” tenha mesmo o ponto de vista que Burnel relata em seu blog. Não consigo achar que “Peaches” seja irônica, assim como não me parece que as strippers no palco de Battersea tivessem “poder” ou “controle da situação”. É fácil ver no vídeo a indignação de uma delas na hora em que um homem mais animado sob ao palco e tenta apalpá-la. E os enquadramentos da equipe de filmagem deixariam Chacrinha rubro.

A história de Johnny Moped não tem qualquer relevância musical e o documentário vale pela excentricidade do personagem principal porque a banda parecia pouco interessada nos ideais do Punk. Assistir à “novelinha” sobre os Pistols é interessante mas talvez levante dúvidas sobre o movimento: do jeito que está retratado, McLaren é o gênio malvado e os Sex Pistols, talentos à parte, foram uma boy-band.

Alguém já disse que é muito perigoso rescrever o passado com as lentes do presente. Mas eu fico pensando se continuamos glorificando certos movimentos e certas bandas sem qualquer filtro. Como eu disse, um dos principais pontos positivos do Punk é a música. Já não acho mais possível dizer o mesmo sobre alguns personagens. Claro que a minha sugestão é que você assista a todos estes filmes e à série para tirar suas próprias conclusões. Dai você me diz o que nossos filhos e netos vão pensar do Punk daqui a alguns anos.

“Punk in London” está no Netflix (com legendas) mas também neste link gratuito do YouTube:

“Basically, Johnny Moped” está no Netflix. A série “Pistol” estreia 31/Agosto/2022 no Brasil na Star+. O vídeo de “Nice’n’Sleazy” do Stranglers está na compilação em VHS lançada em 1982 “The Video Collection 1977 -1982“, que saiu também em DVD anos mais tarde.

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Chrissie Hynde documentário documentário musical Johnny Moped Pistol Pretenders punk séries sex pistols Stranglers the clash 2022-08-12
Rodrigo Lariú
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Autor: Rodrigo Lariú
começou a fazer o midsummer madness em 1989, deu um tempo e voltou a fanzinar. Adora documentários, história, aviação comercial antiga, trabalha em televisão e em produtoras, vascaíno praticante.
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1991 foi foda

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1 comentário

  1. Luciano Ferreira
    24 de agosto de 202216:29 -

    Parabéns pelo excelente texto. Vi esse documentario alemão e fiquei com a pulga atras da orelha também em relação aos posicionamentos de certas figuras da cena Punk. Inclusive tenho repensado muita coisa sobre a influência do Punk, que pode vir a serbum outro texto, mais voltado para avaliar a real importancia da musica no que viria a acontecer nas décadas seguintes

Criado no inverno carioca de 1989, o fanzine midsummer madness teve 9 ou 10 edições impressas. Em 1994 se transmutou na gravadora independente de mesmo nome - saiba mais em mmrecords.com.br Atualmente é tudo isso e um pouco mais, com a ajuda de amigos.
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