Mr James Newell Osterberg Jr. fará 70 anos em abril de 2017 e este é o seu 17º álbum oficial, de uma carreira solo que começou em 1977, após a dissolução dos Stooges. Produzido pelo queridinho Josh Homme, que também toca baixo, percussão, teclados e guitarra, a gravação no deserto ainda incluiu Matt Helders (Arctic Monkeys) na bateria e Dean Fertita (Queens of the Stone Age) na guitarra.
Para quem não é fã de Queens of the Stone Age e (especialmente) de Arctic Monkeys, essa informação não ajuda em nada, pelo contrário… Mas basta ouvir Iggy em “Break Into Your Heart” para mudar de ideia. As nove faixas trazem um Iggy em seu melhor formato pop, um jeitão pós-punk anos 80, lembrando em vários momentos a fase dançante oitentista do falecido amigo David Bowie. Ouça “Gardenia” e compare os vocais; “American Valhalla” inclusive começa com um steel drum parecido com “China Girl”.
Minhas favoritas, além da faixa de abertura e “American Valhalla”, são “Sunday” que arrisca guitarras à la Television e a balada “Chocolate Drops”. A escorregada do disco fica por conta de “Paraguay” onde Iggy imagina um paraíso onde “sore losers go” (perdedores machucados vão) e continua dizendo que quer ir para o Paraguai “live in a compound under the trees/ With servants and bodyguards who love me” (viver numa casinha sob as árvores / com servos e seguranças que me amam).
Mas Iggy nunca foi muito inspirado para letras e este disco não é diferente. Como o título indica, a idade sugere e a morte de seus contemporâneos confirma, impossível não relacionar os temas à percepção de Iggy da própria mortalidade. Por duas vezes ele diz que tudo que tem é o seu nome. Esse disco prova que Mr James tem mais que isso.
Indicado para ...
Novo álbum de Iggy Pop com produção e parceria de Josh Homme, do Queens of the Stone Age