O tanto que a gente reclama que as pessoas precisam sair mais de casa, ir ao eventos, prestigiar quem os produz, não deveria justificar algumas dicas desta lista. Então, já vou começar com o seguinte manifesto: se você estiver em São Paulo, prestigie a 11ª edição do In-Edit Brasil indo ao cinema, taoquei? Até porque, quase todas as sessões (exceto as do CineSesc) são gratuitas!
Mas para quem não mora em SP, aqui vai a excelente notícia: vários documentários do In-Edit Brasil 2019 poderão ser assistidos gratuitamente no serviço de streaming da SPCine. Para quem não sabe, a SPCine é um órgão público (municipal e estadual) de SP para fomento do audivosiual. Sim, essas coisas mesmo de vagabundo esquerdista (contém ironia), tipo Fundo Setorial, Lei Rouanet, etc… Então se você for bolsominion, evite o “netflix” da SPCine pois ele já está disponibilizando vários filmes da mostra “de grátis“!
Para quem está em SP, o In-Edit Brasil 2019 acontece entre 12 a 23 de junho. Seguem nossas dicas do que assistir nos cinemas e na SPCine. A programação completa, com horários e locais está aqui.
Amigo Arrigo
(Alain Fresnot e Junior Carone, Brasil, 2019, 85’)
Arrigo, um dos principais artistas da Lira Paulistana revisita sua história, com vários depoimentos de quem já trabalhou com ele. No trailer acima, assista a parte em que Arrigo e Tom Zé falam sobre o mercado fonográfico e o gosto popular.
O Barato de Iacanga
(Thiago Mattar, Brasil, 2019, 93’)
Se você acha que o Brasil não teve seu Woodstock? Desache. No meio da ditadura militar (sim, ela existiu), em 1975, rolou um festival de rock em Iacanga (SP) com Mutantes, O Som Nosso de Cada Dia, Jorge Mautner, Erasmo Carlos, entre outros.
Tudo Pela Música – Os 20 anos da Deck
(Daniel Ferro, Brasil, 2018, 108’)
O querido Rafa Ramos e seu pai João Augusto estão completando 20 anos com a DeckDisc, e isso merece um filme com Pitty, Cachorro Grande, Matanza, Elza Soares, Alceu Valença, João Donato e vários outros. Ouvir o Rafa contando essa estória é sempre sensacional!
ELETRONICA:MENTES
(Dacio Pinheiro, Brasil, 2019, 75’)
Conta a história da música eletrônica no Brasil desde os anos 1960 com Jocy de Oliveira e Jorge Antunes. Com Apollo 9, Dino Vicente, Elói Chiqueto, Artur Joly, Paulo Beto, Tetine, Rakta, Juliana R., Péricles Martins, Tony da Gatorra, Loop B, Ruriá Duprat, entre outros.
Dia 16/06 noCineSesc às 19h, show com Arthur Joly, Loop B, Radio Droids, Anvil FX.
Dia 18/06 às 21h tem exibição no Z Carniceria (SP) seguida de shows com artistas do filme, às 22h30.
Guitar Days – An Unlikely Story of Brazilian Music
(Caio Augusto Braga, Brasil, 2018, 85’)
Esse é o nosso filme né? Conta a história das bandas brasileiras que a gente gosta; Pin Ups, Killing Chainsaw, Second Come, Stellar, brincando de deus, Low Dream, Cigarettes, Pelvs, Wry, Twinpines, Garage Fuzz e mais um mooooonte. Esse aqui você tem que ver, é o registro da sua geração.
Dia 22 de Junho, na sala Spcine Lima Barreto (dentro do Centro Cultural SP) a partir das 16h tem o filme seguido de show com a Pin Ups, Wry e Twinpines na Sala Adoniran Barbosa, às 18h30.
Não faz parte do In-Edit, mas o doc que é primo do “Guitar Days”, o “Time Will Burn”, está disponível na plataforma da SP Cine, gratuito.
30 Anos de Anonimato
(Felipe David Rodrigues, Brasil, 2019, 100’)
Trinta anos de anonimato, a gente sabe bem o que é isso. Pioneiros do psychobilly brasileiro, esse doc conta a história d’ A Grande Trepada.
We Need Songwriters
(Alexandre Petillo, Brasil, 2019, 105’)
Um road movie de 3 brasileiros pelo Sul dos Estados Unidos, atrás da paixão na música? Se tem John Carter Cash (filho do Johnny Cash), Hank Williams III (outro filho), Frank Black (Pixie) e Morgan Freeman, vale a pena assistir.
Feito por Elas
(Barbara Ramona, Vanessa Pereira, Brasil, 2018, 34’)
O título já explica tudo, com depoimentos de Pitty, Sandra Coutinho (Mercenárias), Biggs, Far From Alaska, Dominatrix, entre outras.
História Secreta do Pop Brasileiro
(André Barcinski, Brasil, 2019, 8 capítulos de 26’)
Na verdade, uma série de TV com 8 episódios será condensada em 2 partes. Dirigida pelo jornalista André Barcinski, com quase 60 entrevistados, a série vai mostrar o Lado B da música Pop Brasileira, com os clones de sucessos internacionais, os brazucas que cantavam em inglês já nos anos 60 e 70 para fingir que eram gringos, os discos-fantasmas, as cantoras que não sabiam cantar, e mais um monte de fatos bizarros
Dia 22/06, a partir das 17h na sala Spcine Olido: 22/06 será exibida a “Parte 2: Episódios 5 a 8 “, seguida de show com a banda Sunday, na Sala Olido, às 19h30.
Bad Reputation. A documentary about Joan Jett
(Kevin Kerslake, Estados Unidos, 2018, 92’)
A história você já conhece. Mas agora quem conta é a própria Joan Jett, com depoimentos de Bikini Kill, Iggy Pop, Billy Joe (Green Day) e mais um penca de gente.
Desolation Center
(Stuart Swezey, Estados Unidos, 2018, 93’)
No início dos anos 1980, punks do Oeste Norte Americano fizeram alguns festivais no Deserto de Mojave. E gente como Minutemen, Meat Puppets, Einstürzende Neubauten, Sonic Youth, passaram pelo evento.
My Generation
(David Batty, Reino Unido, 2017, 85’)
Michael Caine narra a Swingin’ London dos anos 60, com estórias bem íntimas envolvendo megastars como Paul McCartney, Roger Daltrey, Sandie Shaw, Marianne Faithfull, e outros. Esse eu já vi, tem uma pesquisa de imagens sensacional.
New Order: Decades
(Mike Christie, Reino Unido, 2018, 85’)
É o tal do show com a orquestra de sintetizadores. Acho chato mas é o New Order.
Rudeboy: The Story of Trojan Records
(Nicolas Jack Davies, Jamaica, Reino Unido, 2018, 86′)
Meio doc, meio drama, conta a história da Trojan Records, de Kinsgston (Londres). Bom para você entender que no começo, os skinheads não eram neo-nazis
dia 22/06, 16h na Cinemateca Brasileira com Festa Sound System, na área externa da Cinemateca, às 19h30.
Studio 54
(Matt Tyrnauer, Estados Unidos, 2018, 98’)
Documentário sobre o famoso night-club (ou boate, para nossos pais) fundada em 1977 em Nova Iorque.
Suede: The Insatiable Ones
(Mike Christie, Reino Unido, 2018, 115’)
Muito material de arquivo e entrevistas recentes daquela banda inglesa.
The Godfathers of Hardcore
(Ian McFarland, Estados Unidos, 2017, 96’)
Será mesmo que o Agnostic Front é o padrinho do Hardcore? Sei não, mas vale a pena conferir.