Eu juro que nunca imaginei digitar isso em 2017. Quem sabe em 1995, mas sem o mesmo impacto, afinal de contas naquele ano o Slowdive pegou um “Eno fase ruim” para ajudar no “Souvlaki” e o resultado foi OK.
Vamos dizer que o assunto Brian Eno é algo que regurgitamos desde 1983, geralmente com um sentimento de admiração pelo conjunto da obra mas com pouca esperança sobre o futuro. Mesmo assinando com a Warp em 2010 e participado de coisas legais (“Cuckooland” do Robert Wyatt por exemplo) o cara andou mais com o lado errado da coisa (U2 / Coldplay / Luciano Pavarotti) do que com o certo (os já citados).
Kevin também não é flor que se cheire. Desde 1991, apesar de andar do lado certo dos trilhos (Primal Scream / Sofia Copolla / Pastels) vamos dizer que seu output é restrito (apenas um disco impecável, mais conhecido como o melhor da face da terra chamado “Loveless”). E sem querer ser radical, preciso dizer que até gostei muito desta banda nova que ele participa chamada MBV, que não tem muito a ver com o My Bloody Valentine mas quebra o galho.
Feita a introdução já aviso que minha mão está suando enquanto escrevo e meu sistema nervoso central já demonstra sinais de colapso. Posso garantir que “Only Once Away My Son” é aquele momento que você fala: exagerei… preciso de uma garrafa de água.
Apesar do baixo dub tentar ancorar esta passagem pelo espaço-tempo, acredito que explicações científicas são vagas e portanto recomendo a audição(oes) desta que é desde já a música do ano.
Obriga-da-da