Novo da Real Estate quebra o silêncio de três anos com um bom disco, desde o antecessor “Atlas”
Eles até que demoraram um pouco pra lançar alguma coisa nova. Cheguei a pensar que o silêncio era aquele fim corriqueiro de bandas indies que lançam um baita disco legal, no momento apropriado e, depois, não se tem mais notícia.
Tudo engano. Pela terceira vez, a banda trabalhou cuidadosamente no processo de “In Mind” e eis que o resultado é satisfatório, desde os arranjos característicos – que são marca da banda – e todo o minimalismo estão aí presentes.
O burburinho do lançamento começou com a divulgação da música “Stained Glass”, incluindo um tutorial em vídeo de como tocar a canção com cada um dos instrumentos. Foi uma resposta a toda ansiedade que a banda causou por não dar notícias por tanto tempo.
A novidade aqui é que a banda apresenta mais referências sonoras de música country (como em “Diamond Eyes” ) e do folk e menos referências do indie rock tradicional. Tanto que na audição desse disco me retomou à memória a obra do cantor Beto Guedes, aquele da MPB que teve seu auge nos ano 80, com a diferença do Real Estate ser mais direto.
O ponto alto do disco vem com “Holding Pattern” (faixa 7). Em questões estéticas, ela define o álbum. As demais faixas lembram bastante os discos anteriores, o que não é um aspecto negativo. O grupo parece estar fazendo alguns ajustes para se estabelecer forte no cenário sem perder a identidade sonora que o constituiu.
“In Mind” não é digno de desdém mas não acho que será um dos melhores discos de 2017 (considerando os páreos duros que estão por aí). Eu mesmo comprei meu exemplar no Reino Unido, no dia do lançamento, e estou aguardando ansiosamente para ouvir em meu toca-discos. Só falta entregarem!
Escute "In Mind"
terceiro disco da banda de New Jersey parece ser mais do mesmo para quem é fã e não tem problemas com Beto Guedes. Pelo menos é o que o Alex Santos tem a nos dizer