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Sincerão

Rodrigo Lariú 08 jul 2017 Mercado Comentários desativados em Sincerão 9214 Visualizações

Há alguns dias atrás fui convidado a montar a banquinha de discos na Feira de Selos e Publicações Independentes que a Balaclava produz. Deve ser a terceira ou quarta edição da feira, e desta vez as banquinhas estavam sortidas. Além do midsummer madness também compareceram Sinewave, Assustado, Nada Nada, PWR, Freak Studio, HBB, Risco, Lab Fantasma, Highlight, entre outros. Só o fino.

Como montamos banquinha desde 1995, o espaço tem um quê de sacerdócio para gente. Sempre aproveitamos o cara-a-cara com nosso público para saber o quanto as pessoas não conhecem as bandas (eu disse NÃO conhecem) e tentar divulgar o trabalho.

Nestas duas décadas de banquinha aprendemos que, independente das vendas, o recado precisa ser passado. Por isso, há alguns anos deixamos literalmente exposta na mesa nossas ideias e posições. Pois bem, na última Feira de Selos nós colocamos o famoso cartaz que ilustra esta matéria, com o pedido: “Vai comprar para dar uma força? Não compre. A gente não precisa da sua força, queremos que você genuinamente goste das bandas. Foda-se a cena. Foda-se o hype”

Graças às redes sociais, esse posicionamento tomou proporções nunca antes imaginadas. E é por isso que resolvi escrever este texto, para reforçar a ideia.

Importante enfatizar que o rompante de sinceridade não é algo recente: esse mesmo cartaz já esteve em outras banquinhas do midsummer madness, você é que não prestou atenção ou esqueceu de postar nas redes sociais. Falei sobre esse posicionamento inclusive num documentário de 2015 sobre a “cena” (eu sou o nervosinho no vídeo abaixo em 01:35)

Enquanto escrevo esse texto, são mais de 17.100 visualizações, 58 compartilhamentos e 1600 cliques na foto, fora as dezenas de papos que surgiram nos compartilhamentos. De uma maneira geral as pessoas concordam com o posicionamento, a maioria me chamando de “sincerão”.

Ainda não entendi se é um elogio, mas sejamos sinceros: porque você compraria o disco de uma banda se você não gosta tanto assim? Entre as milhares de respostas possíveis, “para dar uma força” é a que eu mais tenho ouvido nestas duas décadas de banquinha. Teve uma época que eu achava legal, mas vendo no que isso se transformou, eu peço, em nome das bandas: se for só para dar uma força, NÃO COMPRE!

Não compre porque você vai estar juntando tranqueira na sua casa. Mas o principal motivo para você não comprar é que essa não é uma relação saudável com a banda e (argh) com a cena. As bandas fazem música, entre outros motivos, para te tocar, te sensibilizar. Se não te toca, ela não serve para você. Piedade não constrói movimento artístico; amor, paixão, idolatria, sinceridade sim.

Me parece tão básico, não entendi o porquê do espanto das pessoas.

Se você gosta da banda, você vai querer ter o disco, a camisa, o autógrafo. Se você gosta da banda, você vai querer ir no show e vai esperar ansiosamente pelo momento quando elxs vão tocar aquela que é sua favorita. E você vai pagar para entrar no show, não vai ficar mendigando para entrar de graça. Você vai seguir a banda e preferir vê-la ao vivo no seu bar favorito, com seus amigos e não no Lolapalooza, onde sua banda é mais uma roupa em exposição na vitrine de um shopping e você e aquele monte de desconhecidos estão domesticados na disneylândia dos descolados.

É simples: compre porque gosta; vá aos shows porque ama e precisa. Não vá por piedade. É um erro dar uma força porque você está enganando também ao artista, tornando-o preguiçoso e mal acostumado a fazer qualquer bosta. Não se deixe enganar pela quantidade de cliques ou número de visualizações, só dê um “curtir” se você realmente curtiu. Fique feliz de se acabar dançando sozinho aquela música daquela banda que não é e nunca será o hype do momento e que tem poucos cliques.

Em 1993, no Hollywood Rock, eu, Dodô, Maradona, Lívia e Leandro entrevistamos quase sem querer o Kurt Cobain (um dia eu conto a minha versão desta estória, um pouco diferente desta do Dodô). Eu falei pro líder do Nirvana que existiam bandas muito boas no Brasil: Second Come, Killing Chainsaw, Pin Ups… não me lembro exatamente quais citei, mas qualquer dia eu transcrevo a íntegra do papo. Se não me engano, cheguei a dizer que gostava mais destas bandas do que do próprio Nirvana, não tenho certeza. Se não disse, era o que eu pensava.

Eu me lembro muito bem do que o Kurt falou: que era importante ter orgulho da sua “cena”, que o movimento de Seattle só tinha acontecido porque as pessoas compareciam aos shows, compravam os discos e realmente gostavam das bandas da cidade. Gostar, ter orgulho, é bem diferente de dar uma força.

Outra coisa me intriga: o post dessa frase no facebook do midsummer madness é disparado o mais visto de anos de publicações. Qualquer foto, vídeo ou mensagem avisando de lançamentos, shows ou coisas produtivas postada na rede social chega perto de, na média, um milésimo de atenção que as pessoas deram ao meu “rompante”. Fico com a impressão de que as pessoas gostam é de causação.

Agora, me pergunta se eu vendi pra caralho nesse dia? Eu vendi pouquíssimo mas espero ter vendido discos que terão lugares especiais nas coleções de quem comprou.

Vocês… sempre tão sincerões!

independente kurt cobain mercado mercado fonográfico midsummer madness mmrecords nirvana 2017-07-08
Rodrigo Lariú
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Autores

Autor: Rodrigo Lariú
começou a fazer o midsummer madness em 1989, deu um tempo e voltou a fanzinar. Adora documentários, história, aviação comercial antiga, trabalha em televisão e em produtoras, vascaíno praticante.
Artigo anterior:

Gabriella Cohen – Full Closure and No Details

Próximo artigo:

Indie soul power! Algiers

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