Existe um termo mais nefasto do que indie: pós-dubstep. No encarte de “Truckload Of Trouble” dos Pastels, Stephen tenta verbalizar que a situação de distribuição ligada ou não a uma corporação internacional fonográfica, a.k.a. major, nunca foi a descrição de um estilo musical. Ele está certo. Seguindo uma lógica parecida, pós-dubstep seria “qualquer música eletrônica com um grave um pouco mais alto, da mesma safra de James Blake e com uma certa sensibilidade“.
Já li que o Mount Kimbie é a melhor banda pós-punk que o pós-punk nunca sonhou. E o que é pós-punk? Onde esta resenha vai desembocar? Lembro do Alex Antunes escrevendo que “o industrial cavou um buraco dentro da trincheira que era o pós-punk” em uma resenha na Bizz. Daqui a pouco este texto chega na China.
A verdade é que esta dupla inglesa fica cada vez melhor. Existe uma linha muito fina entre a experimentação (geralmente eletrônica, principalmente hoje em dia) e a música pop; fazer besteira neste cordão de isolamento é muito fácil, mas não é o caso. O disco anterior “Cold Spring Fault Less Youth” já demonstrou toda a classe da dupla e sem dúvida nenhuma “Marilyn” é um bela amostra do que está por vir.