Existe um profundo desconhecimento do que é esse tal de shoegaze. Recebemos no midsummer madness dezenas de músicas de bandas que dizem que o som delas é shoegazer mas quando você vai ouvir, hmmm, acho que não…
Esses dias eu esbarrei com esse vídeo e, apesar de ser todo em inglês, é uma aulinha excelente. Assista:
Pensando nisso, eu resolvi separar as 10 bandas mais legais que chegaram ultimamente aos nossos ouvidos. Mais uma edição da nossa série de playlists Indieca (lê-se indica – é, forçamos).
Mais informações sobre as bandas ali embaixo, com links.
Blushing
Eu já falei deste quarteto de Austin, Texas. São dois casais, Michelle Soto (guitarra e voz) e Jake Soto (bateria); Christina Carmona (contrabaixo e voz) e Noe Carmona (guitarra). O debut saiu esse ano, se chama “Blushing” e foi gravado, mixado e produzido por Elliott Frazier, do Ringo Deathstarr. Se você assistiu ao vídeo-aula, vai perceber que o Blushing faz a mistura perfeita do Cure e Cocteau Twins com Lush e Ride. Um dos discos mais legais de 2019 (Michelle e Christina são as duas da foto que ilustram esta matéria).
Assassin of Youth
Quando na vídeo-aula o sujeito fala que o shoegaze se espalhou pelo Mundo, eu esperava que ele fosse citar o Brasil. Não foi dessa vez. Mas eu jamais esperaria que ele citasse Costa Rica. Não citou. Pois o Assassin of Youth é o projeto de Saguiv Rosenstock, da Costa Rica. Essa faixa está no EP “A Mysterious Hum… Where is it From?” (2018). Tentei saber mais via email mas o próprio Saguiv não ajudou muito: “minha ausência física afeta e define meu relacionamento com a banda, não negativamente, não positivamente, apenas afeta. A cada capítulo, exploro diferentes territórios musicais e estéticos que eu não conseguiria se tivesse um corpo“. Essa galera shoegazer é assim mesmo, etérea.
Relay Tapes
Quem me apresentou esse projeto de Brisbane (AUS) foi o Michael Farren, do Submotile (outra banda para você ouvir). É um projeto da Jade Tyers, com alguns singles e EPs lançados. “Teeth” acabou de sair e mantém o nível de qualidade de “Semblance“, a estreia de 2018. O TBTCI fez um entrevista, também bem introvertida, com a Jade. Leia aqui.
Kill the Moose
Quarteto de Nice (FR) que não tem o menor pudor de dizer que são inspirados na cena britânica dos anos 90. São o tipo de pessoas que eu gostaria conhecer para saber qual é a boa em Nice. Em 2018 eles lançaram o EP “The World is Your Oyster” e em seguida o mini-álbum “To The Moon and Back” de onde a faixa dessa playlist foi tirada. Curioso é que a bateria inicial lembra muito o Moose dos anos 80/90. Logo depois entram as camadas de guitarras típicas do gênero e o vocal à la Cranes da Elizabeth Massena.
Stray Fossa
Também já falamos aqui, banda dos irmãos Nick e Will Evans junto com o amigo Zach Blount, do Tenessee, agora baseados em Charlottesville, Virgínia. “Laridae” é o 2º EP da banda, e traz muitas referências ao Ride, principalmente de “Going Blank Again”. Ótimo para cantarolar.
Fime
trio baseado em Los Angeles, que mandou avisar que não tem nada a ver com esse negócio de shoegaze. Segundo eles, “a inspiração vem de Yo La Tengo, Pavement e Weezer“. Mas essa música do EP “Sprawl” tem vocais e guitarras que os credenciam a uma shoegazerzadazinha. O EP foi gravado e produzido por Melina Duterte do Jay Som.
Russian Baths
Aqui é pra quem prefere o lado mais barulhento do shoegaze. Russian Baths deve agradar aqueles que gostam de um Rollerskate Skinny, um Medicine e também, porque não, de um Sonic Youth ou um Hüsker Dü? O dupla Jess Rees (guitarra, voz) e Luke Koz (guitarra, voz) são do Brooklyn e se juntaram a Evan Gill Smith (baixo, synths) e Jeff Widner (bateria, synths) para lançar o álbum “Deepfake” que sai em Novembro pela Goodeye Records.
Oxy
A gente tá super em débito com esse incrível quarteto de Brasília… fizemos uma entrevista com eles em 2018, quando eles lançaram o excelente álbum de estreia “Fita” mas até hoje não publicamos o material. Já deu tempo até de lançar um single novo: “Do You Think the Air is STUFFY?” mistura os vocais à la The Sundays e Primitives com guitarras ganchudas que deixam o Alvvays corado.
Bathe
não, não é a Bruna do Brvnks. Lembra né? A música também. Tranquilinho, para quem é mais chegado ao Cocteau Twins, Beach House. Dá para colocar do lado da Hatchie também. Bathe é o codinome para o trabalho solo de Bailey Crone, essa moça do foto, que é lá de Atlanta (EUA). “The Silence” é seu single de estreia e ela tocou e gravou todos os instrumentos. Pa-pa-pa-palmas, como diria João Gordo.
Charcoal Burners
pode procurar no mapa, o Andrew Spittle, esse moço ai que extravaza suas composições usando o nome de Carchoal Burners, é o cara que está mais longe de todo Mundo. Andrew é de Dunedin, Nova Zelândia. “The Best Day You Could Imagine” é o terceiro álbum do Charcoal Burners, saiu esse ano. “Winged Bird” abre o disco e poderia ser mais facilmente relacionada ao college rock norte-americano dos anos 90 do que ao shoegaze. Pense no Teenage Fanclub em “A Catholic Education”… é por ai. O resto do disco puxa mais para o Husker Du e o Buffalo Tom do que para os ingleses. É que para fechar a playlist com 10 (e não 9) eu empurrei o Charcoal Burners aqui.
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