Seguindo uma sugestão do insuperável Gordinho (guitarrista na Pelvs, DJ da melhor festa ever, A Maldita), esta é uma primeira playlist com indicações de coisas bacanas.
A maioria são lançamentos, alguns de bandas consagradas, outros de bandas novas. Incluí também algumas coisas antigas que vieram aos nossos ouvidos agora ou voltaram à tona por algum motivo.
Ouça dando play abaixo. Não gostou, pule sem dó e passe para próxima. Se gostou, embaixo da playlist tem informações curtas sobre as bandas. Ficarei feliz de saber nos comentários o que vocês acharam mais bacana.
O trio Wax Chattels vem de Auckland, Nova Zelândia, tem 2 singles lançados. No bandcamp, eles se definem como guitarless guitar music (música de guitarras sem guitarras) e realmente a banda não tem guitarras. Mas essa música que abre a playlist é uma das coisas mais poderosas que eu ouvi ultimamente. Tipo um Suicide acelerado, música pra dançar com strobo zunindo! O 1º álbum sai em maio pela Captured Tracks / Flying Nun, dois selos de qualidade.
485c é um código pantone (escala de cor usada em trabalhos gráficos) para um vermelho meio pálido. E é um quinteto de Londres lançado pela Fierce Panda, selo que lançou Ash, Supergrass, Placebo e Art Brut. A influência declarada é post-punk mas o que sai dos falantes é bem mais diluído e pop. A conferir.
ESG existe desde 1978, se formou no Bronx, Nova Iorque. Entrou no balaio do post-punk mas o som das moças chega mais perto de um punk-funk. Escutei essa música numa festinha e achei uma das melhores coisas da noite. Essa faixa está numa compilação Best of da banda lançada em 2010. ESG continua na ativa e lançou 6º álbum em 2017.
Josh Rouse está para lançar seu 12º álbum, “Love in the Modern Age”. Os tecladinhos, o vocoder e a batida anos 80 me fizeram colocar essa faixa logo após o ESG. A voz doce de Josh e as letras fofinhas continuam lá.
Greta Kline aka Frankie Cosmos vai lançar seu 3º álbum em breve, “Vessel” (Sub Pop). A moça já foi baixista da banda farofa Porches, é filha do ator Kevin Kline e da atriz Phoebe Cates. Se o lance celebridade te interessou, agora escute a música de moça, uma fofura.
Whyte Horses é um projeto bacanudo de um ex-DJ, ex-dono de selo, o mancuniano Dom Thomas. Esta música é do 2º álbum dele e entra fácil no rol das melhores do ano. Apesar do clima festivo, a letra fala de como o cenário musical atual é feito principalmente de aparências. Fizemos uma entrevista com Dom que em breve será publicada.
Oxy é de Brasília e tem apenas um EP com quatro músicas lançado. “Mad” ganhou um videoclipe muito bacana. O lance é shoegazer roots, do tipo que a molecada que está no grupo Môzinho Shoegazer gosta. É Slowdive puro. Como é bom ouvir uma coisa dessas.
Hatchie foi indicação do Gordinho, mais uma revelação da Oceania, dessa vez de Brisbane, Austrália. Mais nova geração ouvindo shoegazer, aqui com um pézinho no pop, pra você que gosta de The XX, Best Coast, Brvnks. Gostou? Então escuta essa baladinha do Men I Trust, de Montreal, Canadá.
“Head Over Hells”, o 2º álbum do Cocteau Twins, está completando 35 anos em 2018. E essa garotada ai em cima deve muito a Elizabeth Frazer.
“All Nerve”, faixa título do disco novo das Breeders, com a formação que gravou o blockbuster “Last Splash”. Esse disco não sai do play mas ainda fica abaixo de “Pod” e “Last Splash”.
Eu ainda não ouvi o disco inteiro do Shame, mas esta música tem um quê de anos 90, uma coisa “bad ass”, uma petulância que me agrada. O refrão é delicioso: “Well I’m not much to look at / And I ain’t much to hear / But if you think I love you / You’ve got the wrong idea“. Típica música chiclete.
Se o Shame tá pro Oasis, Dream Wife está pro Elastica. Assim como The Magic Gang está para o Weezer. Estas três são a sensação do momento da imprensa indie no Reino Unido. Existe alguma qualidade nas três, não muita. A conferir.
Eu ouvi o disco novo do Yo La Tengo umas três ou quatro vezes de ontem pra hoje. É um bom disco. Mas esta coisa meio lentinha, contemplativa, à la “And Then Nothing Turned Itself Inside Out” nunca fez muito minha cabeça. Essa música que a Georgia canta é uma das mais bacanas.
Buffalo Tom, aquele mesmo, de Boston, de “Summer” e “Taillights Fade”, está lançando o 10º disco em 30 anos de carreira. Nada me pegou de cara, a não ser esta versão para Simon & Garfunkel.
Gwenno Saunders, ou só Gwenno, é a galesa que cantava na Pipettes, lembra? Pois ela acabou de lançar seu 2º álbum pela Heavenly Records, “Le Kov”, todo cantado em Cornish, um idioma celta quase extinto.
Quando eu ouvi essa música a primeira vez, jurava que o Spacemen 3 tinha voltado. Mas foi só dar um Shazam para descobrir que se trata de Wooden Shjijs, banda de San Francisco que nunca dei muita atenção. O quinto álbum deles intitulado “V” sai em maio.
Pra fechar, essa semana o Rafael Genu me avisou que em novembro o House of Love se reunirá para tocar o 1º álbum na íntegra. Dai você volta a ouvir a obra-prima que eles cometeram 30 anos atrás e realiza, mais uma vez, como esse disco é genial. Juventude, não conhecia? Vai ouvir já!
Tentativa de primeira playlist de indicações de coisas legais que passaram por nossos ouvidos nas últimas semanas.